sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Olimpíadas de Língua Portuguesa:TEXTOS ESCOLHIDOS

ESCOLA ESTADUAL CARLOS LYRA
ANO:2012
Olimpíadas de Língua Portuguesa:TEXTOS ESCOLHIDOS
"O educador se eterniza em cada ser que educa".(Paulo Freire)
Gênero Textual: Memórias literárias
Bons tempos
Lucas Silva de França


Lembro-me da minha infância até hoje com muita saudade, daquela brilhante e fantástica rua Floriano Peixoto, mais conhecida como rua do Pontilhão. Ali vivi os melhores dias da minha vida. Recordo que boa parte da rua tinha casas de barro e areia pela estrada, pois aquela rua ainda não era calçada, tudo ali era muito simples e natural.
Naquela época, não existia televisão, então nos distraíamos com brincadeiras deliciosas e envolventes como pega-fogo, lixado e barra bandeira. Quando já estava tarde da noite eu e meus colegas contávamos lindas histórias e a nossa preferida era a de Pedro Malazart. Como nós éramos felizes! E os carnavais daqui! Eram cheios e glórias bem diferentes de hoje, aconteciam em frente à estação ferroviária, onde pessoas dos quatro cantos das cidades vizinhas vinham nos prestigiar, era tudo muito mágico, com belas fantasias, lindas marchinhas e a grande orquestra com integrantes daqui mesmo da cidade. Logo após o carnaval na rua à noite, a animação continuava com a concentração das pessoas no Clube Gente Nossa, lá sim, os jovens e idosos curtiam seu mela-mela e podiam desfilar com suas fantasias luxuosas por todo o salão.
E o trem que passava por dentro da nossa cidade! Esse sim, chamava a atenção de todos, e sua chegada era novidades na certa e muita informação, pois tinha um rapaz que vendia jornais, chocolate, maçãs e passas secas, que eram incrivelmente gostosas.
Recordo-me também de quando o trem estava partindo, o adeus emocionante dos familiares de quem estava indo embora da cidade. E ao lado dos trilhos os capins faziam suas danças causadas pelo vendo através da velocidade do trem.
A minha cidade é lembrada em meus pensamentos distantes, com belas passagens da minha infância, mas também por uma grande tragédia, que vem vagamente nos meus sonhos acordado, lembro quando minha mãe de madrugada me chamou e disse que a cidade estava se acabando em águas. Foi um período de muito sofrimento para os lajenses, mas os anos se passaram e com muita fé, garra e esperança a minha bela cidade foi erguida novamente e só ficaram as dores e saudades daqueles que não conseguiram sobreviver.



Texto baseado no depoimento do






Sr. Clécio da Rocha França, 58 anos.

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